Mais um
ano que passou voando, mais uma temporada de triathlon finalizada. Dezembro é
tipicamente um mês agitado, pois é quando tentamos encerrar as pendências e
planejar os próximos objetivos. E, no meio da correria do trabalho, das
confraternizações de fim de ano e das reuniões de planejamento, sobra pouco
tempo – e, em muitos casos, disposição – para treinar.
Treinar
menos nesta época pode ser muito positivo para o atleta, que começa a temporada
seguinte descansado física e mentalmente, com saudade dos treinos longos e
duros. No entanto, a combinação “pouco treino + excessos alimentares”
potencializa o prejuízo à forma física que as festas de fim de ano costumam
provocar. Então, o que fazer?
O principal
ponto a ser considerado é: em que altura da temporada você está? Alguns atletas
param mais cedo, em novembro, para voltar a competir em janeiro em provas fora
do país; outros só competirão no final de fevereiro ou março. Avaliar o tempo
que você tem para recuperar um eventual ganho de peso é fundamental na hora de
decidir o que você vai beliscar nas festas de fim de ano.
Outra
questão importante é a facilidade que o atleta tem de controlar seu peso.
Algumas pessoas perdem peso facilmente e em alguns dias fazem desaparecer
qualquer “extra” adquirido em duas semanas de desvios na conduta alimentar.
Outras passam o ano inteiro fazendo dietas restritivas para tentar chegar ao
peso ou à composição corporal ideal, e sair da linha agora pode representar um
retrocesso de meses.
Por fim,
considere o que você está fazendo para gastar o que está consumindo. Se você
estiver treinando, seja triathlon ou qualquer outro tipo de cross training,
poderá aproveitar as delícias de fim de ano sem muito peso na consciência.
Particularmente,
eu acredito que o Natal, o Ano Novo e as eventuais viagens de férias são uma
grande oportunidade que nós, triatletas, temos de mostrar que somos pessoas
absolutamente normais e sociáveis. Se passamos o ano todo evitando festas,
controlando o que comemos e bebemos e acordando cedo nos feriados para treinar,
sair um pouco da linha agora vai agradar os familiares e amigos não-atletas. E,
com a letargia geral que se percebe nesses dias, sair para pedalar ou correr um
pouco mais tarde costuma gerar uma avaliação mais positiva do que estar de
volta às 10h da manhã.
Uma boa
estratégia é restringir o número de dias por semana em que você consome
alimentos ricos em gorduras e açúcares, coisa que muitas mulheres (e atletas) fazem
o ano todo. Treinar também ajuda, mesmo que seja uma transição entre pegar
jacarés e jogar frescobol. Comer de tudo um pouco, sem exagerar nas
quantidades, e diminuir ou, se possível, cortar a suplementação para aliviar a
sobrecarga nos rins e fígado, são as outras chaves para um fim de ano divertido
e um começo de temporada sem arrependimentos.
Aqueles
que competirão em Pucón, na África do Sul ou nas Copas Panamericanas de janeiro
podem e devem aproveitar as festas, mas têm que, no mínimo, evitar excessos.
Até porque treinar nesta época, além de solitário, é muito mais difícil se seu
organismo estiver trabalhando para processar um monte de gorduras e álcool –
aos quais ele não deve estar acostumado, certo?
Então festeje,
coma e beba sem culpa; afinal, “o que engorda não é o que comemos entre o Natal
e o Ano Novo, mas sim o que comemos entre o Ano Novo e o Natal.”